O pastor Ulisses Batista, da Igreja Pentecostal Assembleia de Deus Coração de Deus, localizada no bairro Pedra 90, em Cuiabá, é acusado de liderar um esquema de extorsão contra comerciantes de água mineral na capital mato-grossense e em Várzea Grande. Ele fugiu para o Rio de Janeiro após se tornar alvo da Operação Falso Profeta, deflagrada nesta quinta-feira (20), com o objetivo de desmantelar o esquema criminoso.
Segundo as investigações, o grupo criminoso obrigava comerciantes a comprar água apenas da facção e a pagar uma taxa de R$ 1 por galão vendido. Aqueles que se recusassem eram ameaçados de retaliação. A operação policial revelou que os criminosos agiam de forma organizada, utilizando um grupo de WhatsApp para monitorar e coagir as vítimas.
No início, as conversas eram mantidas de forma aparentemente amistosa, mas, caso alguma ordem não fosse obedecida, os criminosos passavam a intimidar os comerciantes, impondo a cobrança ilegal. Quem tentava deixar o grupo era ameaçado com visitas presenciais, reforçando a coerção e o domínio da facção sobre o setor de distribuição de água mineral.
Além da extorsão, a polícia investiga lavagem de dinheiro, uma das principais ramificações da quadrilha. A fuga do pastor Ulisses Batista para o Rio de Janeiro levanta suspeitas de que ele possa estar contando com apoio de outras células da facção para se esconder.
As autoridades seguem em busca do pastor, enquanto os demais envolvidos começam a ser interrogados. A operação é considerada um passo importante no combate à criminalidade organizada em Mato Grosso, especialmente contra grupos que se infiltram em setores comerciais para garantir lucro ilícito.